Marcelo Guterman (10-02-03)

Wanderley Wang (17-02-03)

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Marcelo Guterman escreveu em 10-02-03:

 

Li com muito interesse o seu artigo sobre o Fanatismo Religioso. Ao lado
de sua sempre brilhante análise, tropecei com uma referência desairosa,
e ao meu ver injusta, ao Portal da Família. Senão, vejamos:

1. A referência começa rotulando o site como "cristão". Que é cristão,
todos sabemos, mas não no sentido em que o artigo quer levar a crer. Não
é um site clerical, sectário ou oficial. O foco é a família, não a
religião. Visite o site com isenção de ânimos, e você verá que está mais
para TV Cultura do que para Rede Vida.

2. O seu artigo tira do contexto a indicação do We-Blocker. Antes de
indicá-lo, o site faz uma verdadeira ode à liberdade. Copio um dos
trechos mais significativos a seguir:
"Faça um acordo em família com base na confiança para ajudar seus filhos
a se autocontrolarem no uso da Internet. Dependendo da idade dos filhos,
mais do que proibir é necessário explicar-lhes o motivo da proibição, e
ajudar a formar neles critérios de valor para por conta própria evitarem
certos tipos de websites."

3. Em nenhum momento o site convida os pais a visitarem sites
escabrosos. O que o site diz, e isso no primeiro parágrafo da matéria, é
que muitas vezes nos deparamos, mesmo que acidentalmente, com sites
inconvenientes. E estes sites, não procurados diligentemente, podem ser
bloqueados com o tal programa. Sugerir que o site convide os pais a
procurarem diligentemente sites escabrosos é um insulto à inteligência
do leitor que conhece o site, e uma indução ao erro para os leitores que
não conhecem o site.

4. Finalmente, o ponto da censura, que é o ponto importante desta parte
do seu artigo. Censura ou liberdade? Entendo que não são excludentes,
dependendo do nível de critério dos "censurados". Obviamente, uma
criança de 8 anos tem menos critério do que uma de 12 anos. Quando você
tem crianças com idades diferentes dentro de casa mexendo no computador,
uma ferramenta como o We-Blocker pode ajudar. Aliás, ajuda inclusive os
adultos, pois funciona como as amarras que prenderam Perseu (ou seria
Ulisses, nunca fui bom de mitologia grega) ao seu barco, para que não
sucumbisse ao canto das sereias.
Aprendi a censura dentro dos Centros do Opus Dei, vendo como se
recortavam os jornais e revistas para que as pessoas não fossem
agredidas por fotos inconvenientes. Explicaram-me que a liberdade das
pessoas estava em depositar livremente sua escolha no critério de um
terceiro. Eu, como pai, tenho o dever de estabelecer critérios. O
We-Blocker, utilizado com discernimento, é uma ferramenta de liberdade,
tal como as grades de Chesterton, que cercavam o jardim de infância à
beira do precipício.

É isso aí.
Forte abraço!

Marcelo Guterman


Wanderley Wang escreveu em 17-02-03

 

Prezado Prof Jean Lauand,

Com relação ao seu artigo "Religião e Liberdade", que faz uma citação
sobre o Portal da Família (www.portaldafamilia.org) e uma leitura
parcial de um artigo nosso ("Filtros de conteúdo: programas que impedem
o acesso a sites não recomendáveis para crianças") gostaríamos de trazer
alguns esclarecimentos.

O Portal da Família é um site que tem por objetivos promover a Família,
a Vida e ajudar os pais na arte de educar os filhos. Não é um site
religioso ou direcionado unicamente para o público cristão, ainda que um
ou outro artigo tenha esse enfoque. É antes um site que potencializa os
valores familiares, independentemente da religião.

Com relação ao nosso artigo sobre filtros, consideramos que houve uma
interpretação equivocada ou parcial sobre ele em sua crítica e ao citar
passagens inexistentes do texto, pois nem mesmo por insinuações
convidamos os pais a visitarem sites nocivos ou a usarem os filtros para
substituir a liberdade. Aliás, afirma-se o contrário, como nos trechos
em que sugerimos que se "faça um acordo em família com base na confiança
para ajudar seus filhos a se autocontrolarem no uso da Internet", e que
se deve "ajudar a formar neles critérios de valor para por conta própria
evitarem certos tipos de websites". Nós o convidamos para ler o artigo
na íntegra em nosso Portal, bem como outros artigos que publicamos sobre
esse tema, como por exemplo o artigo "Dicas para as crianças e jovens na
internet".

Por outro lado, gostaria de destacar a liberdade e a responsabilidade
dos pais na educação dos seus filhos, das mais diversas idades, que
estão bombardeados por tantas coisas indesejáveis. Basta lembrar a
preocupação de nossa sociedade, que está longe de ser moralista, ao
reagir com certa veemência a tantos sites de pedofilia.

É muito difícil um único artigo abordar de forma completa e definitiva
um assunto, adequado a todas as diferentes situações e que seja aprovado
e aplicado com unanimidade por todos. Por isso, em nosso site um assunto
é tratado por diversos artigos, de diferentes autores, que trazem dados
e ângulos de visão novos, que se completam, explicam de outra maneira ou
até mesmo divirjam em alguns pontos.

Por isso, caso o senhor tenha algum artigo sobre esse assunto ou sobre
algum outro de nossos temas, que julgue possa contribuir com nossos
leitores, seria uma grande honra para nós publicá-lo em nosso Portal, o
qual agradeceríamos muito em nome de todas as famílias que nos visitam.

Agradeceria que esse artigo do Hottopos fosse corrigido em seus erros, a
bem da verdade e para não difamar nosso Portal com coisas que não disse.
Ou no mínimo a publicação desta missiva em sua íntegra, logo a seguir do
referido artigo para que o leitor não fique com falsas impressões de
nosso site.

Cordialmente,

Wanderley Wang
Editor do Portal da Família
www.portaldafamilia.org